Dermatologia
A Dermatologia é a especialidade que envolve o diagnóstico, o tratamento (médico e cirúrgico) e a prevenção das doenças da pele, mucosa e apêndices bem como das manifestações cutâneas de doenças sistémicas. O programa de formação do Dermatologista inclui para além do curso de medicina (6 anos) e do Internato Geral, mais 6 meses de Medicina Interna, além de 6 meses de Cirurgia Geral. Outros 4 anos são divididos por áreas de grande diferenciação diagnóstica ou terapêutica, das quais se destaca a Alergologia Cutânea, Dermatopatologia, Fotobiologia, Dermatologia Pediátrica, Venerelogia e Cirurgia Dermatológica.
O Dermatologista adquire desta forma conhecimentos gerais e diferenciados sobre o orgão pele que lhe permitem compreender o processo pelo qual se desenvolve doença, dominando a quase totalidade das técnicas médicas e cirúrgicas que contribuem para a sua correta resolução. Neste sentido é vital o seu contributo nas doenças inflamatórias e crucial na área oncológica.
No tratamento da doença
O tratamento do cancro cutâneo, enquanto doença localizada, é, em Portugal, da responsabilidade da Dermatologia. O diagnóstico precoce do mais frequente de todos os cancros permite a sua cura sem sequelas maiores. A exposição ao sol de forma intensa, que provoca queimadura solar, é responsável pelo aparecimento do melanoma. É um tumor extremamente agressivo e pode matar se não for detetado numa forma inicial. As alterações dos sinais que constituem um alerta para a necessidade de consultar o médico dermatologista são: Assimetria: o sinal é não é simétrico ; Bordo irregular: a periferia do sinal não é bem delimitada; Cores diferentes: existe mistura de várias cores nomeadamente castanhos e preto; Diâmetro superior a 7 mm; Elevação: o sinal apresenta relevo quando se passa com o dedo por cima. A Dermatologia possui aparelhos diferenciadas para o diagnóstico deste tumor, bem como técnicas cirúrgicas complexas para deteção de metástases – células malignas já localizadas fora da pele.
Esta componente mais “pesada” da Dermatologia é complementado por outra em expansão relacionada com o conceito de beleza.
No rejuvenescimento e beleza
É conhecido o enorme impacto que os dermatologista tiveram na evolução da cirurgia estética. Procedimentos como o dermabrasão, transplante capilar, enxertos e retalhos, peelings químicos e laser foram desenvolvidos ou evoluídos com a contribuição dos dermatologistas. Por outro lado, são chamados a participar nos concelhos editoriais e científicos de publicações internacionais multidisciplinares nas vertentes estética e oncológica. A utilização de lasers em cirurgia dermatológica, em Portugal, foi iniciada e desenvolvida sobretudo por dermatologistas. O laser rapidamente entrou na rotina do dermatologista, que oferece assim um tratamento eficaz para patologias conhecidas e inovador mais uma vez na área da cirurgia estética.
A cirurgia laser é um campo em constante transformação, modificado pelo aparecimento contínuo de novos tipos de laser, bem como de novas indicações para a sua utilização. A introdução de mecanismos controlados por computador e a aplicação de princípios de destruição seletiva de determinadas estruturas proporcionam um tratamento uniforme de alta qualidade e segurança. São exemplos os lasers de nova geração, denominados Q-switched, que revolucionaram o tratamento de manchas e tatuagens que antes apenas era possível por métodos cruentos, deixando na sua maioria cicatrizes inestéticas. Permitem também a eliminação de estruturas vasculares, tais como cuprose, varicosidades e angiomas, a epilação definitiva sem risco de queimadura para a pele e recentemente o fotorejuvenescimento cutâneo da face e pescoço em complemento do tradicional Botox, dos implantes ou do lifting cirúrgico.